sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A Força.


É chegada a hora de cutucar a paixão com vara curta!

Tranca-se o quarto. E os olhos são de cio de fato

No silêncio, o arrepio vem com o tato

O tempo pára, a roupa rasga, o coração dispara!

Agora, as Lolitas modernas vêm do asfalto...

Haja lenço de seda para amarrar tanta moça de fino trato.

O erotismo é um caminho, uma linguagem, um meio de contato!

Construído de lascívia e saliva, da memória dos coitos, pela sutileza dos loucos.

Onde um fio tênue transforma, magicamente, uma mordida em carícia,

Uma cicatriz numa delícia,

No momento exato em que Alice vira Madame Bovary, num jogo de espelhos...

Um mergulhando no corpo do outro, se reencontrando, filtrados ao inverso,

Verso e reverso resfolegados a cada novo véu!

No canto, na quina, na escada, na buceta da menina!

Chorando de fato ou de fita? É grito e lamento, num minuto, é silêncio

Ensurdecedor em outro!!! É a sinfonia que precede o esporro!

De pica, de língüa, de laço,de tapa, perdendo a vergonha, a linha, o sapato,

De pau, de xota, de roxo, de delicadezas,de gozo, de seda, de luto, de quatro!

De sangue, de sonho, de cisma, de contrato!

Orgasmos sísmicos abalando espasmos sísifos, aliterando os substantivos e

subvertendo a ordem, fazendo tremer os puritanos de língua e de lascívia!

E daí? Contando? Censurando? Invejando? Gotejando? Horrorizado?

O que importa? A quem importa?

E que tranque a porta, e me quebre o salto!

-Grita ela!!!!!!!!

-Porque é à força que eu estou querendo!

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